A DOENÇA NA VISÃO ESPÍRITA
(matéria publicada na Folha Espírita em janeiro de 2006, no Espaço do Leitor)
Jorge Cecílio Daher
Junior (AME-GO), Médico endocrinologista
Não sou médica, mas, como espírita
e mãe de uma jovem de 19 anos com diabetes tipo 1 há dois
anos, gostaria de conhecer o pensamento da Associação Médico-Espírita
sobre o significado dessa deficiência.
(Rosaly Guimarães, Paulista - PE)
(Rosaly Guimarães, Paulista - PE)
Prezada Rosaly. A Associação Médico-Espírita
não se posiciona sobre doenças, mas tenta compreender os
mecanismos da saúde e da doença sob a ótica do modelo
médico-espírita. No caso do diabetes, que é uma doença
de múltiplas facetas, utilizamos a compreensão que o modelo
científico nos oferece para servir de base à compreensão
médico-espírita do problema. Vamos lá então:
1) No diabetes, seja tipo 1, tipo 2 ou gestacional,
existe uma “programação genética” para
a redução das células que produzem insulina (essa
redução é total no tipo 1 e quase total no tipo 2).
Uma programação genética é efetivada quando
existe uma combinação de fatores que propiciam a ativação
dos genes envolvidos, e esses fatores envolvem o ambiente (fatores externos)
e o tipo de reação que o organismo apresenta aos genes e
ao ambiente (fatores internos). O fator “organismo” engloba
os componentes psíquicos e espirituais.
2) A programação espiritual de uma doença
envolve os centros de força do perispírito, que manifestarão,
no “momento adequado”, alterações energéticas
que sinalizarão para o corpo físico a reação
da doença, ativando genes e componentes psíquicos; basta
um “gatilho” do ambiente para o desenvolvimento de doenças.
Quando adoecemos, manifestamos uma reação que se iniciou
muito tempo antes da doença em si mesma. Estão em andamento
várias pesquisas que buscam compreender o diabetes tipo 1 antes
de sua manifestação, prevenindo a expressão da doença,
usando marcadores genéticos, programação que existe
antes da efetivação da doença, mas todas essas pesquisas
encontram fatores limitantes. Analisando o papel dos centros de força
no diabetes tipo 1, vamos com André Luiz, no livro No Mundo
Maior, compreender que o centro Solar é responsável
pela absorção das energias através dos alimentos,
e também que o centro Esplênico atua como centro independente,
mas profundamente interligado, servindo como uma espécie de filtro
ao Solar. São os centros de força envolvidos no desenvolvimento
do diabetes tipo 1, numa fase em que a doença ainda não
se manifestou. O que é interessante e importante é você
e sua filha saberem que novos tratamentos são acessíveis,
que existem abordagens dietéticas que permitem cada vez mais uma
alimentação próxima da normal (incluindo doces, no
caso da Contagem de Carboidratos) e que não há castigo,
mas oportunidade de crescimento espiritual. Compreendemos sua busca, como
mãe, bem como o desconforto a que sua filha foi submetida pela
manifestação do diabetes tipo 1.
Tenho 4l anos e, em setembro de 2001, fiz
a primeira cirurgia de hérnia de hiato. Em janeiro de 2003 retirei
as tireóides, pois havia um tumor em cada uma. Em agosto de 2004
fiz nova cirurgia de hérnia de hiato. Em março de 2005 surgiu
uma diabetes mal explicada e fui internada com 639 de diabetes. Comecei
meu tratamento para emagrecer e, em setembro de 2005, tive de ser internada
com urgência, devido a um tumor maligno de retroperitônio,
com 2.450 g. Após a sua retirada, fui informada de que as margens
após a cirurgia estão livres de neoplasia maligna, porém
terei de fazer uma provável quimioterapia adjuvante. Será
que existe explicação? Sou uma pessoa estressada, tenho
feito tratamentos espirituais e sei que preciso melhorar meu modo de vida,
mas nunca falei com um médico espírita. O senhor acredita
que nada acontece por acaso?
(Rosimeire Aparecida dos Santos Pardim, Santo André - SP)
(Rosimeire Aparecida dos Santos Pardim, Santo André - SP)
Prezada Rose. Ao ler o texto que relata seu drama, logo
relacionei com a história de duas pacientes que acompanho, muito
parecida com a sua: uma sucessão de diagnósticos difíceis,
de doenças sérias, tratamentos desgastantes e, curioso,
com uma seqüência semelhante. Sim, nada acontece por acaso,
mas por que as coisas acontecem? O Espiritismo, em sua vertente de Ciência
compromissada com o Consolador, busca compreender o mecanismo de ação
da Misericórdia Divina, e já nos faz perceber, com o auxílio
das obras de Emmanuel e André Luiz, através de Chico Xavier,
que as doenças chamadas cármicas (essa sucessão de
doenças não se deu por acaso!) se manifestam como etapas
finais de um processo de reequilíbrio do corpo espiritual. O perispírito,
que é o veículo de expressão do espírito,
permitindo o seu relacionamento com a dimensão material e astral,
reflete a disposição da mente (espírito) que, em
casos como o seu, pode refletir e traçar metas, com o auxílio
de entidades generosas, e se percebeu em necessidade de reparação,
de expressar no corpo físico possibilidades de crescimento espiritual
através de doenças capazes de levar a um conhecimento maior
de si mesmo (esse é o papel da dor, como diz Allan Kardec em A
Gênese: “A dor é o aguilhão divino que impele
o homem para frente na senda do progresso”). Seu sofrimento não
é em vão, nem solitário, é ação
da Misericórdia Divina, que, segundo Emmanuel, antecede a Justiça
Divina e a atenua quando encontra o homem em trabalho de busca de si mesmo.
Siga em frente, tenha o bom ânimo recomendado por Jesus. Você
está vencendo etapas que muitos jamais ousaram iniciar! Mantenha-se
em sintonia, continue com passes e água fluidificada e com a saudável
prática da prece.
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